Ao
contrário do que muitos pensam, o estresse e a ansiedade, em princípio, não são
emoções negativas. Ambas são necessárias como mecanismos de defesa. Quando está
diante de uma situação que gera estresse agudo, por exemplo, o corpo fica em
estado de alerta e se prepara para “fugir ou lutar”. Já a ansiedade é
a fragilidade diante de uma incerteza que tende a agravar o estresse. O
problema ocorre quando esses estímulos passam a ser contínuos, provocando uma
hiperativação do organismo. Em excesso, essas emoções podem afetar não só pele
e cabelos como também o apetite e o sistema imunológico.
Quando o estresse se torna crônico
Não
importa se o estresse é gerado pelo ataque de um animal feroz ou pelo chefe
cobrando a entrega de um relatório. Diante de qualquer situação estressora, o
organismo libera as substâncias noradrenalina e dopamina, que elevam a sensação
de alerta. O sistema imune também é ativado, para que os mecanismos de defesas
estejam prontos caso você sofra um ferimento (que pode causar infecções, por
exemplo), explica o psiquiatra Rafael Pinheiro Calzada, preceptor de
psiquiatria no Hospital Universitário de Brasília e na Secretaria de Estado de
Saúde do Distrito Federal.
Nesse
processo, aumentam os batimentos cardíacos, as pupilas dilatam, a musculatura
fica mais tensa e contraída. Embora esses efeitos durem segundos em uma
situação de risco, em um diagnóstico de estresse crônico, um estímulo contínuo
mantém essa hiperativação, sobrecarregando o organismo e fazendo mal a ele.
“Há um estresse oxidativo que gera lesões nas próprias células”, diz
Calzada. O sistema imune também enfraquece, pois fica “esgotado” de
tanto trabalhar esperando uma agressão física que nunca acontece. Então, a
imunidade cai e qualquer doença tende a transitar de maneira mais fácil no
corpo.
Impacto
nos órgãos Segundo Calzada, alguns órgãos reagem mais diretamente ao estresse
crônico. São eles:
* Coração: o aumento nos batimentos cardíacos mantém as coronárias mais
contraídas. Isso faz com que a reserva cardíaca seja limitada, diminuindo o
controle das placas de gordura nas artérias e elevando ainda mais o risco de
infarto ou AVC (Acidente Vascular Cerebral).
* Estômago: a hiperativação diminui sua funcionalidade, aumentando a
liberação de suco gástrico. Esse líquido, em excesso e sem o seu estímulo
natural (alimento), corrói o próprio estômago, favorecendo o aparecimento de
uma gastrite ou até mesmo de uma úlcera gástrica.
* Cérebro: estressado, o organismo também libera cortisol, um hormônio que
hiperativa o corpo. Se suas taxas não normalizam, o organismo continua desregulado,
o que pode provocar ansiedade, alterações no sono e até atrapalhar a cognição
(causando problemas de memória e concentração).
* Pele e cabelos: sob a mira do estresse. A relação entre a pele e o
cérebro é um campo de pesquisa que tem crescido de forma rápida. Sabe-se, por
exemplo, que a pele possui receptores para os hormônios liberados em situações
estressantes, como o cortisol e a adrenalina. Existem também doenças
desencadeadas (ou que apresentam piora no quadro) pelo estresse crônico, entre
elas: acne, vitiligo, dermatite atópica, psoríase e urticária crônica.
Neste
caso, o estresse parece funcionar como um dos agentes com potencial para ativar
a dermatose em indivíduos geneticamente predispostos.
O
mesmo problema pode ocorrer com os fios de cabelo, como em casos de alopecia
areata (condição caracterizada pela perda de cabelo ou de pelos em partes do
corpo, como cílios, sobrancelhas e barba). “Os mecanismos inflamatórios
possivelmente atuam da mesma forma como na pele, tendo como alvo as células dos
folículos pilosos (raízes dos cabelos e pelos)”, diz Clarissa Prati, dermatologista
mestre e doutora em ciências da saúde, pós-doutoranda pela UFRGS (Universidade
Federal do Rio Grande do Sul) e especialista pela Sociedade Brasileira de
Dermatologia.
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